Nos livros de história da igreja pode-se ter com mais detalhes e profundidade como surgiu e se desenvolveu a Igreja Batista no mundo até sua chegada ao Brasil, segue, porém, um breve resumo, feito pelo Pr. Marcos Granconato, citado do livreto “Conheça a Redenção”:
“A igreja nasceu a partir dos movimentos de reforma eclesiástica que atingiram o século 16. Mais especificamente, os batistas descendem da igreja inglesa que, com Henrique VIII, rompeu com o catolicismo romano, dando à denominada Igreja Anglicana.
Para algumas pessoas que pertenciam à igreja Anglicana, a reforma de Henrique VIII devia ser mais ampla, indo além de questões institucionais e atingindo áreas de fé e doutrina. Esses grupos, por desejarem um retorno ao Novo Testamento em sua forma mais pura, foram chamados de puritanos.
Entre os puritanos havia os separatistas que, além de se opor a certos aspectos teológicos da Igreja Anglicana, também não aceitavam o controle estatal da igreja, crendo que esta devia ser independente. Esses puritanos foram chamados de separatistas.
Evidentemente, a coroa inglesa não via com bons olhos os movimentos puritanos separatistas e os considerava ilegais. Por isso, muitos desses grupos fugiram da Inglaterra e se fixaram em vários países. Entre eles, em 1609, uma congregação liderada por John Smith (c. 1570-1612), refugiou-se em Amsterdã, na Holanda. Ali, John Smith teve contatos com os anabatistas e com os menonitas, sendo influenciado por esses movimentos no tocante a um retorno completo às Sagradas Escrituras, ao batismo somente de crentes e à rejeição do batismo infantil.
Em 1612, Thomas Helwys (c. 1550-1616) e outros membros da igreja fundada por Smith voltaram à Inglaterra e fundaram, em Londres, a primeira igreja batista. É interessante notar que essa igreja, a princípio, praticava o batismo por efusão, mas já detinha os outros traços distintivos dos batistas, tais como a aceitação da Bíblia como autoridade final em matéria de fé e pratica, a salvação pela graça mediante a fé somente, a separação entre a igreja e o Estado e o dever do governo de garantir a liberdade de consciência e de culto.
Os batistas de convicção calvinista, também chamados de batistas particulares, originaram-se, em 1633, a partir de um cisma na igreja liderada por Henry Jacob, em Londres. Esse grupo, além de enfatizar as doutrinas reformadas, insistia no batismo dos crentes por imersão e tornou-se o segmento mais influente dentro do movimento batista inglês.
Dez traços distintivos dos batistas
1) Adoção da Bíblia como única regra de fé e prática (2Tm 3.16).
2) Ênfase na doutrina da salvação pela fé somente (Ef 2.8-10).
3) Destaque para ensino do sacerdócio de todos os crentes (1Pe 2.9).
4) Separação entre Igreja e Estado, com ênfase na independência da igreja (Mt 22.21).
5) Autonomia de cada igreja local que adota a forma de governo congregacional (Mt 18.17; At 6.1-6).
6) Cooperação entre as igrejas para expansão do Reino de Deus (1Co 16.1-4).
7) Pratica do batismo por imersão ministrado somente aos crentes (At 8.36-39).
8) Rejeição do batismo infantil (Mt 28.19).
9) Consideração do batismo e da Ceia do Senhor como símbolos de verdades espirituais e não como sacramentos (Rm 6.4; 1Co 11.24-25).
10) Rejeição de doutrinas pentecostais, especialmente no tocante ao batismo do Espírito Santo acompanhado pelo dom de línguas (1Co 12.13,30)